Chefe do antigo regime cambojano dos Khmers Vermelhos, Pol Pot nasceu a 19 de Maio, provavelmente entre 1925 e 1928. Era filho de uma família de camponeses e estudou num mosteiro budista. Nos anos 40 juntou-se à resistência anti-francesa liderada por Ho Chi Minh. Em 1949 tornou-se membro do Partido Comunista Cambojano e viajou para Paris, onde participou em acções revolucionárias. Regressou ao Camboja em 1953, aí passando doze anos a preparar um movimento de guerrilha para o assalto ao regime do rei Sihanouk, o que viria a acontecer em 1975.
Uma vez no poder, Pol Pot instituiu um regime radical, empreendendo um verdadeiro genocídio no seio do seu próprio povo. Estima-se que durante o seu regime totalitário tenham morrido 2 milhões de cambojanos, o que corresponde aproximadamente a um quarto da população do país. O processo de eliminação em massa visou em primeiro lugar as populações urbanas e depois todos os suspeitos de actividades contra-revolucionárias ou de qualquer tipo de desvio ao Ocidente.
Em 1979, o regime dos Khmers foi derrubado pela invasão das tropas vietnamitas e Pol Pot foi obrigado a refugiar-se na selva. Daí continuou a liderar e a manobrar o movimento de guerrilha, recusando-se a negociar a paz com o Governo. Em 1981 a rádio oficial do movimento anunciou o seu abandono formal da chefia dos Khmers.
A partir de então, diversos rumores, em várias alturas, deram Pol Pot (que praticamente não voltou a ser visto em público) como morto. Sendo escassas as informações que chegam ao exterior acerca do que se passa no movimento dos Khmers, sabe-se que nem sempre a posição do líder parece ter sido sólida. O culminar dos problemas deu-se em 1997. Na sequência de dissensões internas na organização - Pol Pot terá tentado fazer uma purga -, foi sujeito pelos seus correligionários a um julgamento popular, na selva cambojana, e condenado a prisão perpétua.
Pol Pot morreu em Abril de 1998.
© 2004 Porto Editora, Lda.
Sem comentários:
Enviar um comentário