Líder nacionalista sérvio nascido em 1941, iniciou a sua carreira política como militante do Partido Comunista jugoslavo. Estudou Direito na Universidade de Belgrado e chegou a administrador do maior banco desta cidade. Em 1984 regressou às lides partidárias, para dois anos depois se tornar presidente da Liga Comunista da Sérvia e em 1989 presidente desta república jugoslava.
Ambicionando alargar o controle territorial sérvio, fez deslocar efectivos militares para a Croácia e para a Bósnia-Herzegovina em 1992, o que foi um passo decisivo para o deflagrar da Guerra na Jugoslávia. Em última análise, o objectivo de Milosevic seria criar um estado sérvio que incluísse territórios (como o Kosovo e a Vojvodina) em que habitavam populações sérvias, ainda que aí fossem minoritárias.
Milosevic surgiu assim na cena política internacional como um líder controverso. Foi censurado por apoiar as milícias nacionalistas sérvias que combateram em diversas repúblicas da antiga Jugoslávia e tem sido também acusado de pactuar com muitas das atrocidades cometidas nessa guerra.
Com a fundação, em 1992, da nova Federação Jugoslava, constituída pela Sérvia e pelo Montenegro, Milosevic tornou-se o seu máximo dirigente, tendo sido eleito presidente em Julho de 1997.
Em Maio de 1999 foi indigitado réu por crimes de guerra praticados no Kosovo pelo tribunal internacional de Haia.
Nas eleições de 24 de Setembro de 2000, foi derrotado pelo seu principal opositor - Vojislav Kostunica - mas a comissão eleitoral decidiu convocar uma segunda volta das mesmas, perante o protesto da oposição que alegou fraude eleitoral. Por essa razão, os líderes da oposição apelaram à população para uma campanha de desobediência civil que obrigasse Milosevic a aceitar a suposta derrota nas eleições. Estas manifestações contra Milosevic levaram ao seu afastamento do poder em Outubro de 2000 e ao reconhecimento da vitória de Kostunica, o seu rival político. Em Fevereiro de 2002 iniciou-se o processo de Slobodan Milosevic no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia para a ex-Jugoslávia. O ex-presidente jugoslavo foi transferido para a prisão do TPI depois de ter sido acusado de genocídio e crimes contra a humanidade nos conflitos da Croácia que ocorreram de 1991 a 1995, na Bósnia de 1992 a 1995 e no Kosovo em 1998 e 1999.
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