Os sargentos e praças da Armada que prestam serviço na corveta João Coutinho, actualmente em Portimão, recusaram ontem desembarcar em protesto pelo não pagamento de subsídios a que têm direito. Em causa estão, nomeadamente, os subsídios de embarque, que não terão sido pagos por, acusam os militares, o dinheiro ter sido desviado para financiar iniciativas no quadro da presidência portuguesa da União Europeia. Outra razão que terá motivado a recusa dos sargentos e praças em sair do navio prende-se com as alegadas más condições de habitabilidade da corveta. A N.R.P. João Coutinho foi lançada à água a 7 de Março de 1970. Nos cinco anos seguintes realizou diversas missões em África, nas ex-colónias portuguesas de Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde. A partir de 1975 tem sido usada para o desempenho de diversas missões, nomeadamente de busca e salvamento, vigilância e fiscalização das águas territoriais e Zona Económica Exclusiva, participando ainda em exercícios nacionais e viagens de instrução. A guarnição da João Coutinho é composta por sete oficiais, 14 sargentos e 51 praças. O PÚBLICO sabe que a falta de verbas poderá também pôr em causa a participação da fragata Álvares Cabral numa missão da NATO para a qual tinha sido destinada. Até ao fecho desta edição não foi possível obter um comentário de responsáveis oficiais da Marinha portuguesa.
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