A Marinha vai abrir um inquérito para apurar eventuais irregularidades na gestão do dinheiro proveniente das multas feitas pela Polícia Marítima sob as ordens dos capitães dos portos. A decisão surge um dia depois de terem sido levantadas suspeitas sobre um “saco-azul” para pagar a capitães do porto e aos elementos da Polícia Marítima.
O inquérito, que ainda não tem prazo limite para terminar, estende-se também à acção de uma organização – conhecida como o “sindicato” –, que alegadamente gere as colocações dos militares nas capitanias, cantinas, bares e nos sectores de compras.
O inquérito, que ainda não tem prazo limite para terminar, estende-se também à acção de uma organização – conhecida como o “sindicato” –, que alegadamente gere as colocações dos militares nas capitanias, cantinas, bares e nos sectores de compras.
Eu estou na Marinha desde 1986 e desde esta data que ouço falar em todas estas situações. Mais, estas situações não são rectificadas porque são geridas por oficiais superiores, que formam uma classe corporativista que se auto trata como “entes superiores ou intocáveis” e que actuam como estando acima da lei, um exemplo: o comandante de um dos militares processados por ter passeado fardado no Rossio puniu-o com dez (10) dias de detenção (ordem que teve de rectificar posteriormente), quando pelo Regulamento de Disciplina Militar só pode atribuir castigos no máximo de oito (8) dias.
O capitão-de-fragata que está no Estabelecimento Prisional de Tomar por suspeita de fraude em negócios de mísseis, foi detido pela Polícia Judiciária e não pela Polícia Judiciária Militar. Está tudo dito.
PS: Quando refiro à classe de oficiais superiores é evidente que estou a generalizar e a cometer uma enorme injustiça em relação a alguns (poucos) que não pautam a sua prática por este diapasão. Pena é que não sejam esses os detentores do poder.
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