Estadista egípcio que granjeou o título de líder mais influente do mundo árabe. Nasceu em 1918, em Alexandria, no seio de uma família humilde, e faleceu em 1970. Depois de frequentar o ensino liceal entrou na Real Academia Militar, na qual se formou em 1938, onde terá reunido os membros da sociedade revolucionária dos Oficiais Livres.
Por esta altura o Egipto era governado por uma minoria de terratenentes, a presença inglesa era forte e o rei não estava preocupado com o destino do país. A sua sociedade revolucionária planeava mudar o rumo dos acontecimentos. Para tal pretendia afastar o rei Faruk I, aproveitando o insucesso da campanha egípcia contra Israel (1948). O golpe foi concretizado em 1952 e conduziu a uma radical alteração das políticas governamentais. No ano seguinte (1953) a monarquia foi abolida e os partidos banidos. De seguida foi proclamada a República, inicialmente liderada por Muhammad Naguib. Em 1954, Nasser tomou o poder e negociou um tratado com os ingleses, pelo qual estes deixariam o país. Em 1956 foi eleito presidente, mantendo-se na presidência até 1970, ano da sua morte.
Na sequência da Conferência de Bandung (1955), afirmou-se partidário da política do não-alinhamento, o que ajudou a deteriorar as suas relações com o Ocidente. Em resultado desta tomada de posição, a Inglaterra e os Estados Unidos retiraram os fundos para o projecto da barragem de Assuão, obrigando-o a procurar outras fontes de receita na nacionalização do canal do Suez, o que provocou a hostilidade da França e da Inglaterra aliada a Israel, mas estas três forças foram obrigadas a ceder. De 1958 a 1961 uniu a Síria e o Egipto formando a República Árabe Unida e implementou um programa político nacionalista.
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