Nos ataques do patronato e dos seus governantes ao papel social do Estado, estamos sempre a ouvir falar do “excessivo peso” dos funcionários públicos na economia. Esse argumento cai por terra se compararmos o caso português com o de outros países capitalistas mais desenvolvidos. Veja-se, para 10 países da Europa, a percentagem de funcionários públicos em relação ao emprego total:
- Suécia: 31,5%
- França: 28,9%
- Finlândia: 22,9%
- Reino Unido: 20,4%
- Irlanda: 17,9%
- Suíça: 15,4%
- Itália: 14,1%
- PORTUGAL: 13,4%
- Alemanha: 12,9%
- Espanha: 11,9%
A percentagem para Portugal foi feita com base em 700 mil trabalhadores da Administração Pública, polícias e forças armadas incluídas.
Fonte: Estudo comparado do regime de emprego dos países europeus, DGAEP.
Comentário ao “Mobilidade (dispensa) Especial”
Comentário ao “Mobilidade (dispensa) Especial”
De facto o que é argumentado é o excessivo peso dos trabalhadores da Administração Pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Mas para quem estudou ou estude Economia Social, não é nada difícil verificar que em qualquer país quanto maior for a percentagem de funcionários públicos, menor a percentagem no sector privado logo, pelas leis da Oferta e da Procura, aumenta o peso salarial para a contratação de trabalhadores. Ou seja quanto mais FP’s houver, maiores são os valores salariais no sector privado.
Como o Estado não consegue obter mais receitas, como a concorrência mundial da China e outros países com mão-de-obra barata exerce grande pressão no mercado, como a maioria do nosso tecido empresarial nunca esteve preparado para a concorrência, senão pela via de baixos salários, etc., etc., a pressão para a diminuição dos FP’s torna-se cada vez maior e quase imperativa.
Mas não há “Bela” sem senão. O problema da redução de pessoal desenfreada e apressada bem como o encerramento de estruturas vitais como os hospitais sem alternativas a funcionar, nota-se quando se começa a morrer em ambulâncias e à porta de serviços de urgências hospitalares encerrados, entre outros infelizes exemplos.
1 comentário:
“Não estamos em democracia em nenhum país. Nem sequer é um ideal porque todos os objectivos estão voltados para o mercado, que é o único valor. Precipitámo-nos para actividades económicas que nos encaminham para becos sem saída.” (Vitorino Magalhães Godinho, historiador, Jornal de Letras 18/06/08)
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