Maria de Jesus (Jú), João (o seu marido) e os filhos de ambos, Mariana (9 anos) e Bernardo (14 anos) estavam sentados à mesa de um café, esperando que alguém lhes fosse servir o tão apetecido lanche após um longo passeio pelo Parque das Nações, em Lisboa.
Olá dona Maria de Jesus. Olá Mariana.
Olá Professora Joana! Exclamou Jú, enquanto Mariana se envolvia num tremendo abraço de saudade com a sua ex-professora (que tinha sido a sua preferida no ano passado).
Mariana, continuas a mesma menina meiga que eu conheci! Disse a professora Joana após um grande beijo e uma lágrima no canto do olho.
E a Sra. Doutora como está? Já não a víamos desde que mudou de escola, há seis meses! Olhe Doutora, este é o meu marido, João – muito gosto professora Joana - e este o meu filho, Bernardo – olá Sra. Professora.
Então a Doutora pregou-nos a partida de deixar os nossos meninos, que gostavam tanto de si hã!
Hã!!! Pois.
Mas também não a podemos criticar, arranjou uma escola melhor provavelmente! A vida é mesmo assim, tentamos sempre melhorar!
Mais ou menos, isto é, não é bem assim.
Oh Doutora! Não me diga que arranjou um belo emprego na administração de uma grande empresa e deixou de dar aulas? Na verdade, ser professor hoje em dia é um trabalho desgastante, perigoso e dizem até que mal pago!
Sim e não! Retorquiu Joana.
É verdade que deixei de dar aulas porque o Ministério da Educação me dispensou, mas não arranjei esse emprego de administradora. Na verdade, para além de vos cumprimentar com todo o gosto e saudade, estou aqui para vos perguntar o que desejam para o lanche.
Como????????? Indagou Maria de Jesus, incrédula.
A Doutora – que foi professora da minha filha, e uma boa professora, está aqui a servir às mesas neste café?
Mariana – que entretanto se apercebeu da situação – desatou a chorar, numa sensação mista de tristeza e pena da professora, ao mesmo tempo que perguntava a Jú – mas mãe a professora Joana é empregada de mesa? Então mas uma professora pode fazer isso? Mas porquê?
Era algo inconcebível no pensamento da pequena Mariana. A sua professora que tanto lhe tinha ensinado sobre como escrever e falar bem a Língua Portuguesa estava agora ali, de uniforme de empregada de mesa.
Professora Joana, dizia uma Jú lacrimejante, não leve a mal, mas não conseguimos ficar aqui nem mais um minuto. Desejo-lhe muito sinceramente melhor sorte!
Despediram-se assim da professora/empregada de mesa Joana, enquanto esta se desfazia em lágrimas, também num misto de sensações de vergonha e tristeza.
Olá dona Maria de Jesus. Olá Mariana.
Olá Professora Joana! Exclamou Jú, enquanto Mariana se envolvia num tremendo abraço de saudade com a sua ex-professora (que tinha sido a sua preferida no ano passado).
Mariana, continuas a mesma menina meiga que eu conheci! Disse a professora Joana após um grande beijo e uma lágrima no canto do olho.
E a Sra. Doutora como está? Já não a víamos desde que mudou de escola, há seis meses! Olhe Doutora, este é o meu marido, João – muito gosto professora Joana - e este o meu filho, Bernardo – olá Sra. Professora.
Então a Doutora pregou-nos a partida de deixar os nossos meninos, que gostavam tanto de si hã!
Hã!!! Pois.
Mas também não a podemos criticar, arranjou uma escola melhor provavelmente! A vida é mesmo assim, tentamos sempre melhorar!
Mais ou menos, isto é, não é bem assim.
Oh Doutora! Não me diga que arranjou um belo emprego na administração de uma grande empresa e deixou de dar aulas? Na verdade, ser professor hoje em dia é um trabalho desgastante, perigoso e dizem até que mal pago!
Sim e não! Retorquiu Joana.
É verdade que deixei de dar aulas porque o Ministério da Educação me dispensou, mas não arranjei esse emprego de administradora. Na verdade, para além de vos cumprimentar com todo o gosto e saudade, estou aqui para vos perguntar o que desejam para o lanche.
Como????????? Indagou Maria de Jesus, incrédula.
A Doutora – que foi professora da minha filha, e uma boa professora, está aqui a servir às mesas neste café?
Mariana – que entretanto se apercebeu da situação – desatou a chorar, numa sensação mista de tristeza e pena da professora, ao mesmo tempo que perguntava a Jú – mas mãe a professora Joana é empregada de mesa? Então mas uma professora pode fazer isso? Mas porquê?
Era algo inconcebível no pensamento da pequena Mariana. A sua professora que tanto lhe tinha ensinado sobre como escrever e falar bem a Língua Portuguesa estava agora ali, de uniforme de empregada de mesa.
Professora Joana, dizia uma Jú lacrimejante, não leve a mal, mas não conseguimos ficar aqui nem mais um minuto. Desejo-lhe muito sinceramente melhor sorte!
Despediram-se assim da professora/empregada de mesa Joana, enquanto esta se desfazia em lágrimas, também num misto de sensações de vergonha e tristeza.
Para a pequena Mariana a visão da escola e dos professores nunca mais foi a mesma. Durante o resto desse ano escolar foi a aluna mais amarga e mais indisciplinada da sua classe.
Nota: Esta é uma história de ficção, inspirada numa reportagem da TSF, em 21 de Janeiro de 2008, sobre os professores e os licenciados desempregados, em Portugal.
4 comentários:
Quantas Joanas haverá por aí?
Quantas Manuelas,Fátimas, Irenes?
Mal vai o país que serve cultura na bandeja duma letrada.
Benditas as Joanas que não atiram a toalha ao chão e vão em frente. Onde quer que haja dignidade aí estará uma Joana.
Ó Rui.. explica-me lá isto melhor como se eu fosse muita Burro Não percebi
É assim que se desperdiçam anos de investimento do Estado e das famílias.
Somos mesmo um país rico!
Se não percebeste é porque o epíteto (que te auto atribuíste) te fica mesmo bem, ó anónimo!
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