terça-feira, março 17, 2009

(IN)SEGURANÇA

DEFESA
Há mais seguranças privados em Portugal do que agentes de forças policiais.
PÚBLICO.PT 17.03.2009 - 08h49 José Bento Amaro


Em Portugal existem mais seguranças privados do que agentes de forças policiais. O Relatório Anual de Segurança Privada de 2008, da responsabilidade do Ministério da Administração Interna (MAI), refere que são mais de 61 mil as pessoas habilitadas a desempenhar a função, embora só cerca de 39 mil a tenham exercido no ano passado, ao passo que o somatório de efectivos da PSP e GNR ronda os 48 milhares.
O relatório do sector diz que o mesmo movimentou no último ano cerca de 650 milhões de euros (verba equivalente, por exemplo, ao orçamento disponibilizado para a PSP). A segurança privada, que o MAI afirma estar a ganhar terreno desde 2001, tem vindo a modernizar-se, sobretudo através da utilização de tecnologias avançadas, como sejam os sistemas de alarme e detecção ou a vigilância electrónica e controlo de acessos. Mas, para além de vigiarem instalações e bens, os seguranças privados têm hoje um mercado ainda emergente: a protecção de pessoas, tarefa para as quais são cada vez mais requisitados.
O crescimento das empresas de segurança privada ficou também a dever-se, de acordo com o MAI, ao acordo firmado para que estas empresas pudessem vigiar um milhar de postos de abastecimento de combustíveis em todo o país. Este acordo, que o MAI afirma estar a funcionar na plenitude, mas que muitas empresas ligadas ao sector petrolífero afirmam não estar a ser cumprido, compreende a partilha de informação entre a segurança privada e os postos policiais. (…)


Querem segurança? Comprem-na!


A maioria dos cidadãos pensa que o dinheiro dos seus impostos serve para pagar a saúde pública, a educação pública, a defesa dos próprios cidadãos, etc. Ingénuos!
O dinheiro dos seus (nossos) impostos destina-se a alimentar a corrupção perpetrada pelos que nos Governam (governantes, grupos económicos, eminências pardas, etc.) e não para este tipo de negócios que podem ser explorados por privados (os tais que nos governam).
Na verdade eu até nem estou contra, tenho, isso sim, é uma grande inveja de ainda não estar no nível dos que sugam o dinheiro aos que contribuem!

5 comentários:

Anónimo disse...

Espera lá a ver se eu entendo.
Comprar compra-se,dinheiro não falta.
Como é que vou saber onde está um bom produto?

RS disse...

Se o produto for uma empresa privada de segurança, é consultar o mercado que oferta não falta.
Se o produto for uma arma de fogo, pode ser adquirida legalmente, num qualquer armeiro autorizado )por ex. no Rossio ou na Praça da Figueira), ou ilegalmente num qualquer bairro problemático do país.

Anónimo disse...

Pensava que estava a falar de segurança.
continuo a não perceber bem,mas está bem eu pago.
O que eu pagaria por uma notícia boa em qualquer jornal diário?

Anónimo disse...

Artigo publicado em 2007 no jornal popular "Mudar de Vida"
Penso que tem miuta actualidade

fr

Os seguranças
O crescimento acelerado das seguranças privadas é um dos traços distintivos do aparelho repressivo actual
João Bernardo - Terça-feira, 25 Dezembro, 2007
Em qualquer corredor, à saída de qualquer elevador, junto a qualquer porta, deparamos com eles, bíceps grandiosos, boina à banda e óculos espelhados − os seguranças. O seu crescimento acelerado é um dos traços distintivos do aparelho repressivo actual.
Nos meados da década de 1980 as despesas de segurança privada ascendiam nos Estados Unidos a 22.000 milhões de dólares por ano, enquanto se limitavam a 14.000 milhões de dólares por ano as despesas públicas de policiamento, e as cifras correspondentes eram 90.000 milhões de dólares e 40.000 milhões de dólares nos meados da década de 1990. As cerca de 10.000 empresas de segurança privadas existentes nos Estados Unidos nos meados da década de 1980 ocupavam mais de um milhão de pessoas, aproximadamente o dobro das empregues pelas polícias oficiais; dez anos mais tarde o número de agentes de segurança privados constituía já cerca do triplo do número de polícias, montando a mais de um milhão e meio. Praticamente por todo o mundo passou a haver mais agentes de segurança privados do que membros da polícia. Em 1997, no Canadá e na Austrália os efectivos da segurança privada correspondiam ao dobro dos da polícia oficial, enquanto na Rússia se tinham tornado pelo menos dez vezes superiores. No Reino Unido existiam cerca de 80.000 agentes de segurança privados em 1971, o seu número ultrapassou o dos polícias oficiais nos meados da década de 1980, e em 1997 contavam-se 300.000, o que correspondia a cerca do dobro dos efectivos da polícia oficial.

Estes são os que vemos, mas há ainda os que nos vêem a nós sem que nós os vejamos a eles. As câmaras de vigilância electrónica são hoje um componente tão usual da paisagem urbana que apesar dos letreiros que apelam para sorrir − por que não rir! − já quase não damos por elas. Muitos destes dispositivos, dentro das lojas, por exemplo, são directamente operados por firmas de segurança privadas, mas como em numerosos países, se não mesmo em todos, as polícias oficiais subcontratam uma grande parte da fiscalização electrónica que está a seu cargo, o papel desempenhado pelas firmas privadas torna-se ainda mais considerável.

Além disso, existem países onde as firmas privadas passaram da recolha passiva de informação para a recolha activa, ou seja, dando às coisas os verdadeiros nomes, para a tortura. Depois do escândalo mundial provocado pelos maus tratos que os carcereiros norte-americanos infligiram a muitos presos no Iraque, o governo dos Estados Unidos decidiu subcontratar os interrogatórios, já que as empresas de segurança privadas não obedecem às convenções de Genebra, nem aliás a convenções algumas.

De vez em quando os jornais noticiam que, num ou noutro país, deputados ou representantes de partidos da oposição defendem a criação de órgãos para fiscalizar a actuação da polícia e dos serviços de informação e proteger os cidadãos da curiosidade excessiva das forças de segurança públicas. Pois, pois. E quem nos protege das privadas?

Unknown disse...

Só o "Clube Bilderberg"!