quarta-feira, janeiro 07, 2009

LOW COST

Militares das Forças Armadas ganharam 2,88 euros por hora em 2006.

(...) A Associação Nacional de Sargentos (ANS) divulgou hoje um documento onde demonstra que, de acordo com um anuário estatístico de 2006, os militares portugueses dos três ramos ganharam em média 2,88 euros por hora.
Segundo as contas feitas pela ANS, com 1.160.000.000 de euros gastos com 36.780.000 elementos em serviço efectivo durante 24 horas e 365 dias por ano, cada militar ganhou 2,88 euros por hora em 2006, de acordo com o anuário estatístico respectivo, "o mais recente disponível".
Multiplicando os 36.780.000 militares pelas 24 horas do dia e posteriormente pelos 365 dias do ano, o total são "322.192.800 horas de prontidão para servir", refere a associação.
Assumindo que a "média de descontos" para o IRS e Segurança Social é de 20 por cento - e retirando essa percentagem aos 1.160.000.000 euros gastos em pagamento de salários -, o resultado são 928.000.000 euros a dividir pelos três ramos, Exército, Força Aérea e Marinha Portuguesa.
Dividindo os mais de 900 milhões de euros pelas cerca de 320 milhões de horas de serviço, a ANS chegou aos 2,88 euros pagos a cada militar.
"Isto terá sido quanto o país investiu no pessoal que faz funcionar num dispositivo 24 horas por dia, todos os dias do ano, em quaisquer condições e que cobre uma gama de serviços públicos que vão desde o transporte de titulares de órgãos de soberania e organismos oficiais, à abertura de caminhos e construção de pontes, da segurança e navegabilidade nos espaços marítimo e aéreo até à salvaguarda da vida no mar, evacuação de doentes e sinistrados", exemplifica a associação militar em comunicado.
De acordo com o anuário estatístico de 2006 referido pela ANS, só a Marinha e a Força Aérea terão salvo quase quatro mil pessoas em missões de apoio ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou "em evacuação e resgate de embarcações na orla marítima".
"O conceito das Forças Armadas como um serviço público tem, ao longo dos anos, sido ocultado e mesmo combatido dentro e fora dos quartéis, de dentro, muitas vezes inspirados por conceitos induzidos pelo poder político, defendendo que os militares existem só para combater onde quer que haja guerra", critica a ANS.
Para os Sargentos, também os partidos políticos "que ao longo dos últimos 32 anos têm governado o país" têm contribuído para "esvaziar as Forças Armadas de capacidade" e para uma separação entre militares "e o povo a que pertencem, de onde emanam e que servem".
ATF. Lusa/fim, In, Jornal de Notícias Online, 07/01/09.

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