terça-feira, dezembro 09, 2008

20%=250?^20%=157^2+2=3=Matemática Governamental

Defesa. Valorização do Subsídio da Condição Militar

Os coronéis vão receber 157 euros brutos por mês em 2010 com "a valorização" do Subsídio da Condição Militar (SCM) para 20% do seu salário-base, menos quase 100 euros do que os "250 euros" anunciados quinta-feira pelo ministro da Defesa.
Segundo os valores arredondados da proposta do Ministério da Defesa, a que o DN teve acesso e que circulam entre oficiais das Forças Armadas um coronel no primeiro escalão receberá mais 157 euros mensais em 2010, um sargento-mor mais 102 euros, um primeiro-sargento mais 71 euros e um soldado mais 47 euros.
Aqueles quatro postos serviram como exemplo "da valorização" do SCM - sem as actualizações salariais que ocorrerão em 2010 - dado pelo ministro Nuno Severiano Teixeira, na conferência de imprensa em que surgiu acompanhado pelos quatro chefes militares. Para o Ministério, o aumento do SCM iria representar "mais 250 euros mensais para um coronel, 163 euros para um sargento-mor, 155 euros para um primeiro-sargento e 47 euros para um soldado".
"Alguém enganou o ministro ou o ministro deixou-se enganar", declarou ontem ao DN o secretário da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), coronel Tasso de Figueiredo. "Pelas contas feitas, de forma grosseira e elementar, dá para perceber que era impossível chegar àqueles valores" avançados por Nuno Severiano Teixeira - e "rigorosamente muito inferiores ao aumento do SCM", acrescentou aquele oficial superior.
Recorde-se que Severiano Teixeira estimou em 34 milhões de euros o impacto na despesa pública ao longo dos próximos dois anos como resultado do acréscimo do SCM - o qual não ocorria desde 1999.
No caso dos coronéis, mesmo um militar dessa patente no último escalão (correspondente ao nível 55 da grelha remuneratória que entra em vigor a 01 de Janeiro de 2009) só receberá mais 176 euros mensais em 2010 do que agora - ainda "sem o IVA", frisou uma das fontes. No caso dos sargentos-mores, o último escalão (nível 32) dará mais 112 euros/mês, nos primeiros-sargentos (nível 20) mais 78 euros/mês e, nos soldados (nível 4), 33 euros mensais.
A discrepância - mais uma na área da Defesa, segundo a longa memória dos militares - entre o anunciado por Severiano Teixeira e os dados efectivos tem gerado nova onda de críticas, a exemplo do que sucedeu quando a tutela disse desconhecer (no final de Outubro) o mal-estar existente nas fileiras.
A exemplo dessa altura, assinalaram diferentes fontes, o poder político deixou novamente os quatro chefes numa posição delicada perante os subordinados. Contudo, a presença das chefias na cerimónia de quinta-feira foi vista por algumas fontes como uma forma de o ministro "dar a entender que a medida não resultou da pressão da rua", assim "salvando a face das instituições".
Manuel Carlos Freire, Diário de Notícias, 7 de Dezembro de 2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Iiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Kim disse...

As contas dos governos são sempre assim.
E às vezes, 2+2 = 22!