Só há duas coisa infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza! Albert Einstein
sábado, setembro 10, 2011
quarta-feira, agosto 10, 2011
OS FILHOS
Violência, pilhagem, desemprego, crise...: filhos da mesma política desastrosa.
Sem ter feito nenhum estudo sociológico, nem investigação socio-politico-económica, não sei se o palavrão existe mas fica a ideia expressa, somente com base na minha fraca memória, recordo quando há uns anos começámos a constatar a degradação do nosso ensino e mesmo da desistência da instrução ter discutido com um bom amigo e camarada de mil lutas sobre as consequências que se podiam adivinhar num futuro não muito longínquo.
Sugiro aos que viveram o fascismo e a Revolução de Abril, 19 meses de democracia participava pura, que leiam o que o ensinam aos vossos filhos e netos sobre estes períodos. Juntem isso com o facto de uma em cada três crianças terminam o ensino primário sem saberem ler, nem escrever, nem contar, nem usar as operações aritméticas básicas.
Depois um ensino secundário que percorrem sem terem de saber a sua língua para progredir até quase ao ensino superior (veja-se como muitos dos nossos universitários escrevem, a aberração dos testes de resposta múltipla mesmo nesse nível de ensino superior: não resisto a recordar o recente caso dos magistrados que «alegadamente» copiaram num teste deste tipo).
Um ensino secundário em que as disciplinas são ministradas isoladamente, desintegradas, como se cada área fosse isolada e nada tivesse a ver umas com as outras. E a amêndoa amarga no topo desta salada de frutas chocas: a Filosofia não é obrigatória nem para os candidatos a esta área no ensino superior: como se aprender a pensar e a debater cada um dos problemas e todos os problemas não fosse necessário para o desenvolvimento de cada um de nós e, por conseguinte, da sociedade e do País. Que medo têm os mentores deste ensino da Filosofia? Será da Algoritmia, do aprender a pensar?
Para agravar, nas últimas décadas temos assistido a um «apagão» da história, de modo a descontinuar os saberes e as experiências sociais e civilizacionais dos povos; o que no nosso canto do planeta se acentuou na última década com o ataque às instituições e profissões de referência na nossa sociedade: Tribunais; Forças de Segurança e seus agentes, Escola e respectivos professores; Forças Armadas e os militares; Os valores da disciplina; da autoridade; da honestidade, da solidariedade; do altruísmo; do patriotismo, bem como as suas referências têm sido anulados.
Assistimos à desconstrução das seculares sociedades, e a sua substituição por outras descontinuadas, com valores degradados, sem referências sãs. A disciplina foi substituída pelo desleixo do “deixa andar”, a autoridade pelo desrespeito familiar e social, a honestidade pelo «salve-se quem puder» e «o importante é ser rico, não interessa como», a solidariedade e o altruísmo pelo individualismo e egoísmo mais cruéis, o patriotismo como uma velharia sem sentido num mundo global.
Ao jovem, como referência comportamental e de inspiração, em vez de um cidadão marcante na história da humanidade (que deixaram de estudar...), é dado um qualquer jovem futebolista milionário ou o chefe do grupo de malfeitorias do bairro.
Tudo isto para formar seres ignorantes, mas convencidos do contrário, que não conseguem raciocinar e estabelecer as ligações entre a precariedade que lhes é imposta, com o voto que lhes é pedido a seguir. Jovens que entram no mercado de trabalho, capazes de algumas execuções parcamente especializadas, mas incapazes entenderem um discurso político que lhes rouba o futuro, votando mesmo nele, colocando a cabeça do cepo e tornando-se cúmplice do seu aniquilamento social e cultural.
E o que tem isto a ver com a violência em Paris, Atenas, Oslo, Londres... e sempre nos EUA? Não sei bem, mas ao ver as imagens de bairros ingleses a arder, recordei as políticas da «dama de ferro», a ex-primeira-ministraTatcher, e fiz esta associação. Que me desculpem os especialistas de sociologia, pedagogia e outras disciplinas afins se acharem que andei a lavrar em terrenos alheios e “se o sapateiro ousou ir além da sua chinela”, mas tive de partilhar convosco estas notas.
Domingos David’ Pereira – Benavente, 10 Agosto de 2011
segunda-feira, junho 27, 2011
O MÁIOR, CARAGO!
quinta-feira, maio 26, 2011
sábado, maio 14, 2011
MILAGRE
Peregrinos de Fátima acreditaram que auréola que se formou em torno do Sol era milagre.
SALVÉ MARAVILHA!
sexta-feira, maio 13, 2011
quarta-feira, maio 11, 2011
GRÉCIA
Greve geral paralisa a Grécia
Milhares de pessoas responderam hoje à convocatória de manifestações no centro de Atenas, num dia de greve geral que paralisou os transportes públicos, as ligações aéreas, marítimas e ferroviárias, os serviços públicos, a saúde e a educação. VEJAS AS FOTOS
15:21 Quarta-feira, 11 de Mai de 2011
"Que os ricos paguem a crise e não o povo", gritaram os manifestantes, exibindo cartazes com mensagens contra a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, organizações que concederam um empréstimo de resgate à Grécia em troca de políticas de austeridade.
Cerca de 9000 pessoas, segundo fontes policiais, desfilaram pacificamente pelas ruas do centro da capital grega, gritando palavras de ordem como: "Povo, não baixes a cabeça e não te deixes vencer".
segunda-feira, maio 09, 2011
sábado, maio 07, 2011
segunda-feira, abril 25, 2011
MEMÓRIAS DE UM MILITAR DE ABRIL
Breves memórias pessoais do 25 de Abril
De Abril recordo o clima de amizade, de liberdade e de solidariedade que reinou. Os dois primeiros 1º de Maio em Liberdade.
Toda a gente a correr para as televisões e telefonias na hora dos noticiários. Milhares e milhares de pessoas presas aos televisores a ouvirem contar os episódios da luta contra o fascismo. As edições dos jornais a esgotarem-se e com segundas edições.
Fundámos milhares de clubes, associações, bibliotecas e cooperativas de consumo, de habitação: construímos as bases de uma nova sociedade.
Lembro essa coisa maravilhosa, que aos poucos desapareceu, da boa educação de toda a gente, como se toda a vida se tivessem levantado para ceder o lugar nos transportes públicos – “Faça favor!”, “Oh, deixe estar, não era preciso…”
Lembro as lágrimas nos olhos de muitos quando as campanhas de fundos de apoio à Reforma Agrária resultaram na aquisição de tractores e alfaias usadas para vencermos a batalha da produção.
Lembro com saudade o dia de trabalho voluntário num feriado como resposta à sabotagem económica.
Lembro as muitas horas de discussão apaixonada em grupos, onde uma conclusão ressaltava: Portugal tinha de mudar para melhor, tínhamos de construir um País mais justo e com mais igualdade.
Lembro que falávamos não só da primeira geração de direitos e da liberdade, mas também da segunda geração de direitos do trabalho do emprego, e de uma terceira geração de direitos dos consumidores, da cultura e do ambiente – e hoje fala-se na precariedade no trabalho, na polivalência, no retrocesso funcional, na desigualdade, na pobreza, na iliteracia e analfabetismo funcional, do degelo, da agonia do planeta...
Lembro a adesão maciça ao Programa de MFA baseado nos três D: Desenvolvimento, Descolonização e Democracia.
Lembro-me de pensarmos que dali até ao Socialismo, consagrado na Constituição de Abril, era um pulo.
E afinal não foi! Aquilo que parecia ser já ali mostrou-se mais distante.
Lembro os mil e um meandros em que o rio de Abril perdeu o seu ímpeto inicial e alterou o seu curso.
Lembro que pela primeira vez na história do país, na distribuição da riqueza, os que trabalham ficaram com a maior parte – hoje, na distribuição da riqueza, estamos a níveis piores do que antes do 25 de Abril.
Lembro, com comoção, um Primeiro-ministro cuja primeira medida foi baixar o seu vencimento e o dos Ministros – e agora... escândalos sucessivos associados à corrupção e os «tachos» para os amigos.
Lembro que lutamos há 35 anos pela Dignificação e Justiça Social, coisa que parecia ter sido conquistada de forma consolidada e perene.
Mas lembro também os sobreviventes do Campo de Morte Lenta do Tarrafal e de todas as outras prisões onde os antifascistas consequentes passaram séculos das suas gloriosas vidas; dos que foram assassinados e que dão outro sentido à luta e a certeza de que vale a pena lutar. E ressalta, pelo seu exemplo, que quem luta pode perder, mas quem não luta já perdeu.
Abril Vencerá!
Construiremos o Portugal que sonhámos em Abril resistindo e desbravando o caminho.
Julgávamos que a revolução era feita num dia e, no outro, tudo estaria resolvido. Empolgados com a construção de um Portugal melhor e mais justo, esquecêramos que a Revolução é um processo prolongado, com avanços e recuos, e que tudo se transforma continuamente.
O universo expande-se e arrefece. A Terra, a nossa Terra, a nossa casa cósmica, é uma realidade em constante mutação: todos os dias muitos milhares de toneladas de rocha transformam-se em magma e toneladas de magma transformam-se em rocha; os continentes movem-se como gigantescas jangadas de pedra.
A história do homem corre por meandros que por vezes nos dão a ilusão de estar a recuar, mas continua a avançar sempre em direcção ao Mar do Futuro, moldado pelo querer do homem e da natureza.
As sociedades sofrem mutações constantes, dando azo a novas relações económicas e sociais que tendem a moldá-las em novos e mutáveis pontos de equilíbrio.
No horizonte de Abril há mais estabilidade, mais justiça na distribuição da riqueza, mais igualdade de oportunidades e mais dignidade na condição humana e profissional; mais democracia abrangendo todas as vertentes da vida do homem: social, económica, política e cultural.
Porque o sonho não morre e o homem quer, o futuro do Portugal d’Abril será o que construirmos.
E nós, os portugueses, somos bons construtores!
David’ Pereira
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