quinta-feira, setembro 25, 2008

KEYNES, SMITH E MARX.

"Liberalismo económico - As teses do liberalismo económico foram criadas no século XVIII com clara intenção de combater o mercantilismo, cujas práticas já não atendiam às novas necessidades do capitalismo. O pressuposto básico da teoria liberal é a emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma.
O criador da teoria mais aceite na economia moderna, nesse sentido, foi sem dúvida Adam Smith.
Adam Smith, economista e filósofo escocês (1723-1790) é o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo económico. Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, e que continua a ser uma referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da actuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento económico e a inovação tecnológica.
Smith acreditava que se deveria deixar a iniciativa privada agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria forçosamente não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, no intuito de baixar os custos de produção e vencer os competidores.
Analisou a divisão do trabalho como um factor evolucionário poderoso a propulsionar a economia. A frase mais famosa de Adam Smith versa o seguinte: "Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade." Como resultado da actuação dessa "mão invisível", o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir.

Neoliberalismo – É a doutrina económica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em sectores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.

Economia Keynesiana - O objectivo de Keynes (1883-1946), ao defender a intervenção do Estado na economia não é, de modo algum, destruir o sistema capitalista de produção. Muito pelo contrário, segundo o autor, o capitalismo é o sistema mais eficiente que a humanidade já conheceu (incluindo aí o socialismo). O objectivo é o aperfeiçoamento do sistema, de modo que se una o altruísmo social (através do Estado) com os instintos do ganho individual (através da livre iniciativa privada).
O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre porque os empresários têm "impulsos animais" psicológicos que os impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera desemprego e reduz a procura efectiva novamente, e por sua vez causa uma crise económica. A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a procura efectiva através do aumento dos gastos públicos.

A mais importante Agenda do Estado não está relacionada com actividades que os indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito individual, àquelas decisões que ninguém adopta se o Estado não o faz.

Para o governo, o mais importante não é fazer coisas que os indivíduos já fazem, é fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas que actualmente deixam de ser feitas. (John Maynard Keynes, The end of laissez-faire).

A escolha não deve ser se o estado deve ou não estar envolvido (na economia), mas como ele se envolve. Assim, a questão central não deve ser o tamanho do estado mas as actividades e métodos do governo. Países com economias bem sucedidas têm governos que estão envolvidos num amplo espectro de actividades. (Joseph Stiglitz, More instruments and broader goals...)

Keynes nunca defendeu a estatização da economia, nos moldes em que foi feita na União Soviética. O que Keynes defendia, na década de 1930, e que hoje Stiglitz e os novos desenvolvimentistas defendem é uma participação activa de um Estado enérgico nos segmentos da economia que, embora necessários para o bom desenvolvimento de um país, não interessam ou não podem ser atendidos pela iniciativa privada.
As suas ideias e as dos seus seguidores foram adoptadas por vários governos ocidentais e por muitos governos do denominado "terceiro mundo". Constituem, até hoje, a essência da política económica mantida nos Estados Escandinavos, cujas populações desfrutam dos melhores padrões de vida do mundo. A sua influência começou a diminuir a partir dos anos 70 com a ascensão dos monetaristas, provocada pela crise do dólar norte-americano de 1971, durante o governo Nixon, quando os Estados Unidos se viram obrigados a interromper a conversibilidade do dólar em ouro, mas ressurge depois de 1986 com a publicação do teorema de Greenwald-Stiglitz e o surgimento dos economistas novo-keynesianos."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Keynes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_smith
http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/john_maynard_keynes.html
http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/adam_smith.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Capital


Nota do autor: Karl Marx (1818-1883), economista, sociólogo e filósofo, previu que o sistema económico capitalista estava condenado ao colapso e o país onde esse colapso aconteceria seria nos EUA, através da Revolução Socialista do Proletariado. Essa Revolução veio a acontecer mas na Rússia.
Ironicamente, o colapso económico dos EUA só não vai acontecer devido à intervenção do Estado, esse “monstro” que os Liberais e Neoliberais económicos tanto detestam!

9 comentários:

Anónimo disse...

Existe de facto no capitalismo contemporâneo uma inflação exorbitante do capital financeiro.
A dilatação desmedida deste capital fictício diminui a taxa de lucro médio do conjunto do capital e é um poderoso factor do desencadeamento das crises quando as suas famosas bolhas rebentam em crash,dando-lhe uma amplitude mais devastadora.
O que é preciso insistir é sobre a fraude, muito difundida por certa "esquerda", a qual, a partir da constatação dos malefícios do capital financeiro, pretende, primeiro, responsabilizá-lo pela crise e pelos sofrimentos dos proletários; e segundo, afirmar que seria possível isolar o capital financeiro das outras formas de capital como se separa o joio do trigo, e assim poder controlar e dirigir a finança, obrigando-a a servir o crescimento e o emprego e não os accionistas e a especulação.
A verdade é que a forma financeira do capital é inseparável das suas outras formas. Não existe um capital bom, produtivo, e um capital mau, que se enriquece sem nada produzir. O capital é um todo único, que reveste diferentes formas e atravessa metamorfoses ao longo do processo de valorização que preenche a sua existência e que ele tem de percorrer permanentemente para ser capital.
O capital actual existe apenas sobre a base de uma gigantesca massa de créditos, que alimentam tanto a compra dos meios de produção como o consumo dos produtos. Sem esses créditos, a produção desmoronar-se-ia de imediato.
"O capitalismo sempre se regenerará. Até à etapa final."
Dizia Baptista Bastos ontem no DN: "Não reconhecendo os antagonismos dos intervenientes socioeconómicos e culturais, para que serve esta Esquerda? A crise fornece-nos a resposta: para nada."

BV

Anónimo disse...

O colapso dos EUA nao ira acontecer, como tu disses-te muito bem com a intervencao do estado e os 700 bilioes que o Bush esta a tentar apanhar deles "to push up America economy". Nao esquecendo que 107 bilioes irao para inglaterra se chegarem ou consiguirem um acordo.

Fatima

Anónimo disse...

Isto parece que não está assim tão fácil as ondas de choque estão a chegar á Europa.

BV

Kim disse...

Parabéns quarentão!
Dois dias felizes não é normal nos dias que correm.
A vitória do Benfica foi a prenda de aniversário do BLOGADOR.
Inté!

Unknown disse...

Obrigado KIM.

Anónimo disse...

Parabéns
Muitas felicidade e muitos anos de vida.

Isabel

Unknown disse...

Obrigado Isabel.

Anónimo disse...

SÓ HOJE VI QUE FIZESTE ANOS!!!
ABRAÇO DE PARABENS!
JC

Unknown disse...

Obrigado JC.