quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Carta Aberta

Excelentíssimos Senhores

Em boa verdade nem eu próprio sei como classificar o teor desta carta. Os Senhores lhe darão a classificação que entenderem. RECLAMAÇÃO? LAMENTO? PEDIDO? REVOLTA?
REVOLTA pela maneira como eu e mais uns milhões de portugueses fomos enganados nas promessas eleitorais do Senhor 1ºMinistro.
Se V. Ex.ª tivesse dito que ia tirar, em vez de dizer que dava, não estaria certamente no lugar que ocupa.
Enganou-me, tirou-me e continua a tirar-me porque eu sou um dos elos mais fracos e a quem é mais fácil chegar, fácil e cómodo.
Pertenço à classe dos militares reformados, a classe a que o Governo chama funcionários públicos dando-lhe nitidamente a conotação, que havia antigamente, do chamado manga-de-alpaca. V. Ex.ª faz-me lembrar o indivíduo alcoolizado que chega a casa e desata a bater na mulher e nos filhos que é quem tem mais à mão e em quem é mais fácil, descarregar as iras. V. Ex.ª fá-lo em relação aos mais necessitados pois, como há dias disse publicamente o Sr. general Garcia Leandro, é um escândalo o que se paga a membros de certos cargos.
Mas esses estão salvaguardados, com o futuro bem garantido porque parece que são intocáveis, se calhar por pertencerem às mesmas famílias políticas que têm constituído os governos. Quero informar que não sigo em rigor nenhuma linha política mas, de facto, nunca esperei vir a ser tão humilhado e enxovalhado, na qualidade de velho militar de carreira e agora votado a quase completo abandono e desprezo por parte do Governo.
REVOLTA por constatar que V. Ex.ª, Senhor 1º Ministro, não gosta de nós, nós que lhe demos a possibilidade, em 25 de Abril de 1974, de agora estar no Governo com todas as prerrogativas de fazer o que muito bem entende.
REVOLTA pela maneira como funciona o serviço da ADM ao qual eu tenho pleno direito mas que parece ser um favor que me está a ser concedido. Classificou de privilégios os direitos adquiridos ao longo dos anos e que o Governo, abruptamente, entendeu retirar como medida absolutamente populista, aliás como é apanágio do Senhor 1º Ministro e que é anunciar coisas que caem bem na opinião pública mas alheando-se, ou fingindo que não percebe, que tem TODOS os ramos de actividade do país em protesto.
LAMENTO porque anui de alma e coração aos ideais do 25A, do MFA, não enjeitando porém, a honra de ter participado na guerra do Ultramar, em que se dizia, então, na defesa da Pátria. Cumpri como me competia e é com orgulho que ostento nos meus documentos condecorações e louvores.
E V. Ex.ª onde estava?
Sabe o que foi ser militar nesse tempo?
REVOLTA por agora ser tratado como lixo que já não presta e que se deita fora com o maior despudor e indiferença.
A ADM, integrada no IASFA, não dá conta do recado, fruto de uma alteração forçada no sistema de saúde para a qual ninguém estava preparado.
Veja-se o que se passa no Hospital da Força Aérea ao qual recorro. Para marcar algumas consultas é preciso ir para a Porta de Armas às 5 ou 6 horas - (no dia 6 éramos cerca de 60 pessoas) esperar que o sentinela nos deixe entrar às 7H30, esperar depois à entrada do edifício para às 7H45 entrar então para a sala, onde se começam a tirar as senhas e depois às 8H30 começarem as marcações que, não raras vezes, já não se conseguem.
Mesmo as que se conseguem são, em média, para daí a 2 meses. Em Gastro só há um médico a dar consulta; sabe-se que não há ordem para contratar médicos para substituir os que se vão embora, como sucedeu recentemente em Urologia. Houve um médico que me disse que ia deixar de dar consulta e quando lhe perguntei o que seria dos doentes respondeu com a maior descontracção - "isso é problema da Força Aérea".
É este o apoio que os reformados militares têm, depois de anos e anos a servir o País?
Já nos retiraram as comparticipações que tínhamos nos medicamentos, dizem que sou aumentado mas há dois anos que recebo menos dinheiro ao fim do mês. V Ex.ª, Senhor 1º Ministro, costuma dizer que é natural que ninguém goste de perder privilégios.
E o Senhor gosta?
Se não, porque se serve deles?
Como acha que era um privilégio o que os militares tinham vou só lembrar-lhe um episódio.
Quando V. Ex.ª teve o acidente, nas férias na Suíça, e precisou de ser intervencionado recorreu ao hospital da sua zona de residência?
Foi para a Porta de Armas do Hospital da Força Aérea, como eu, para marcar consulta?
Não!
V. Ex.ª beneficiou do privilégio e foi imediatamente atendido.
Só por curiosidade gostava de saber, além de não ter tido o incómodo de estar junto de mim na rua, ao frio ou à chuva às 6 horas, qual o cartão que o credenciou e qual a taxa moderadora que pagou.
Sim, porque que me conste o Senhor não é e julgo que também não foi militar, portanto estará ao nível de beneficiário da ADSE.
Também o posso informar que o Senhor, quando foi operado, passou à minha frente que aguardava vaga havia cerca de um ano para também ser operado a um joelho.
E porquê?
Por ser 1º Ministro?
Mas o Senhor, tal como todos os outros membros do Governo são pagos por mim e pelos outros contribuintes, portanto não têm o direito de atropelar quem lhes paga.
Como V. Exas. calcularão esta carta, vai circular na Internet e pode ser que alguém resolva faze-la chegar à comunicação social.
Eu não o faço por vergonha, pois basta ver o meu orgulho ferido quando os autocarros da Carris passam junto ao H. da F. A. e se nota que alguns passageiros fazem chacota ao ver aquela gente ali, na rua, na sua maioria velhos como eu.
É este o " reconhecimento " do Governo que, ao invés de se orgulhar e compensar os velhos militares de carreira os humilha desta maneira?
PEDIDO, que V. Exas. sejam breves nas represálias que pretenderem exercer sobre mim.
É que vou a caminho dos 74 anos; já fui operado 17 vezes; já nada cá ando a fazer; já não tenho quem dependa de mim; já nada me importa em termos de futuro e, se demorarem muito tempo, já não lhes darei o prazer de me verem espernear de raiva, de dor, de sofrimento e de arrependimento por ter ajudado à possibilidade de V. Exas. me enxovalharem como têm feito.
Mais uma vez evoco as palavras do Sr. General Garcia Leandro: "Isto tem que mudar "e não seria boa imagem para o seu ego ter que fazer como o outro que, em desespero, incendiou Roma para mostrar o seu poder.

Mui respeitosamente

Carlos Sousa da Silva Nuno
SCH/OPCOM/REF

Os Novos Emigrantes

Jovens engenheiros portugueses procuram oportunidades na Noruega
Coimbra, 27 Fevereiro, José Luís de Sousa (Lusa)
Dezenas de jovens engenheiros, uns desempregados, outros que largaram as funções que ocupavam por opção ou pensam fazê-lo, rumaram hoje a Coimbra, oriundos de localidades do norte e centro do país, atraídos por propostas de empresas norueguesas. (…)
(…) Numa iniciativa de recrutamento de licenciados em engenharia, promovida pela rede europeia de serviços de emprego (EURES) e que conta com a participação de cerca de 40 empresários noruegueses.

A Noruega – país subdesenvolvido, aposta na mão-de-obra qualificada.

Portugal – país desenvolvidíssimo, aposta na mão-de-obra barata e pouco qualificada (excepção à banca), como o ministro da economia anunciou na China.

YouTube - Barack Obama



Será que ele vai poder?

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Guns

Armas
Proliferação continua a aumentar em alguns bairros apesar de nova Lei ser positiva
O pároco do Prior Velho afirmou hoje que quem conhece a realidade dos bairros degradados tem a percepção de que a proliferação de armas continua a aumentar, apesar da nova Lei ter trazido aspectos positivos.
Sol/3ª-feira, 26 Fevereiro 2008


É proibido ter armas em Portugal?
Para a maioria da população é!
Mas posso adquirir uma arma de defesa pessoal ou uma “Shotgun” ilegalmente na “rua”?
Podes!
E as autoridades? O que fazem?
Controlam o tráfico!

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Será?

Jornalista surpreendido por encapuzados
Rui Santos agredido no parque de estacionamento da SIC
Por Rui Antunes/Sol 2ª-feira, 25 Fevereiro 2008
«Farei tudo para não ser um novo caso Bexiga». É esta a garantia que o jornalista Rui Santos deixa ao SOL, depois de ter sido agredido por três encapuzados no parque de estacionamento da SIC, esta madrugada, logo a seguir ao seu programa de comentário futebolístico Tempo Extra.

Será uma pronúncia do norte?

Ou um prenúncio de morte?

domingo, fevereiro 24, 2008

Castro

Irmão de Fidel foi eleito pela Assembleia Nacional cubana
Raúl Castro é o novo Presidente de Cuba
24.02.2008 - 19h59 PÚBLICO, Agências

Raúl – O Reformista, ou Raúl – O Marioneta?

Eu aposto no segundo!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Ai Portugal, Portugal! 4



O Estado e os políticos são os principais visados
SEDES alerta para crise social de contornos difíceis de prever

21.02.2008 - 23h00 Luciano Alvarez/Público


Sente-se em Portugal “um mal estar difuso”, que “alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional”. Este mal-estar e a “degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento”. Este é um dos muitos alertas lançados pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) - uma das mais antigas e conceituadas associações cívicas de Portugal –, num documento hoje concluido e dirigido ao país.Para a SEDES se essa espiral descendente continuar, “emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever”. Esta tomada de posição é uma reflexão sobre o momento que Portugal vive, com a associação a manifestar o seu dever de ética e responsabilidade para intervir e chamar a atenção “para os sinais de degradação da qualidade de vida cívica”. Principais visados: o Estado, em geral, e os partidos políticos, em particular.E para este “difuso mal estar”, frase que o pilar de todo o documento, a SEDES centra-se em algumas questões: degradação da confiança no sistema político; sinais de crise nos valores, comunicação social e justiça; criminalidade, insegurança e os exageros cometidos pelo estado.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A Grande Diferença!

Hoje o canal de televisão Discovery Science transmitiu um documentário intitulado – “Sinais de um Desastre: Sampoong”, relatando um colapso ocorrido em Junho de 1995, em que em menos de 30 segundos, o prédio da maior loja comercial de Seul (Sampoong), na Coreia do Sul, desabou, causando a morte de 501 pessoas.
Após inquérito as autoridades concluíram que o presidente da empresa e o seu filho efectuaram alterações ao projecto após aprovado, implicando uma série de erros de engenharia e fraude à lei, em conluio com o governador distrital.

Toda esta história soou-me a semelhança com o “sistema” português até que, no final do documentário apareceu a grande diferença: o presidente da empresa, o seu filho e o governador distrital; após inquérito, foram acusados de “ganância”, fraude e desrespeito pelos cidadãos sendo condenados a 10 e 7 anos de prisão.


segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Ai Portugal, Portugal! 3

SOCIÓLOGA TRABALHA HÁ 3 ANOS NA PSP SEM SALÁRIO
2008/02/10 11:19Lusa, In PortugalDiário

Mónica criou projecto-piloto de combate à delinquência juvenil
A socióloga que criou o projecto-piloto de combate à delinquência juvenil da PSP, trabalha há três anos na polícia sem salário. Farta de esperar por um contrato, ponderá abandonar o programa, segundo avança a Lusa. (...)
Mónica Santos, de 28 anos, entrou para a secção de Estudos Criminológicos da PSP em 2005 para realizar um estágio profissional não remunerado. Na altura, aconteceu o «arrastão» na praia de Carcavelos, o que levou a Direcção Nacional da polícia a solicitar-lhe um estudo sobre os comportamentos juvenis de risco e suas motivações.
A socióloga juntou-se ao chefe João Pais, com 20 anos de carreira, 16 dos quais nas brigadas anti-crime, iniciando um projecto de investigação em oito escolas problemáticas da Linha de Sintra, que envolveu um inquérito a cerca de 500 jovens.
O estudo não deixou dúvidas: quase 100 miúdos foram identificados como estando em situação de risco, próximos de iniciar um caminho de delinquência e marginalidade.
Foi então que a dupla criou o projecto «Um Amigo Hoje, Um Futuro Amanhã», que já envolveu mais de nove mil miúdos do concelho da Amadora.
No início de 2006, quando acabou o estágio, o projecto estava em franco desenvolvimento. A PSP pediu-lhe que ficasse, prometendo-lhe um contrato cuja celebração foi sendo sucessivamente adiada.
«Primeiro, era preciso esperar pelo Orçamento de 2007, depois pela aprovação de uma nova legislação sobre avenças, depois pelo Orçamento de 2008. Era só burocracia. Agora faz três anos e estou a chegar ao limite» desabafa.
«Quando eu vou aos bairros problemáticos, quando vou visitar as escolas, é sempre do meu bolso, ou seja, do bolso da minha mãe, porque eu não tenho nada», confessa.
Em declarações à Lusa, o subintendente Alexandre Coimbra, chefe da secção de Estudos Criminológicos, não poupa elogios à iniciativa, que afirma ter duas grandes metas: «Um objectivo nacional, que é o de reduzir a delinquência juvenil, e um objectivo interno, que é o de contratar a Mónica, em definitivo».
Se isso não acontecer nos meses mais próximos, a socióloga garante que é com «enorme tristeza» que terá de abandonar o projecto.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Como não se aproveitaram os subsídios, mude-se a Lei!


Notícia do Público
CIP e CCP defendem o despedimento para renovar o quadro de pessoal das empresas
04.02.2008 - 16h30 Lusa, PUBLICO.PT
As confederações da Indústria Portuguesa (CIP) e do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defendem o alargamento da figura do despedimento igualmente para as situações de renovação do quadro de pessoal da empresa.
Para a CIP, "a possibilidade de recurso ao despedimento, que não assente em motivos disciplinares ou inadaptação, não pode circunscrever-se à 'redução de pessoal', devendo compreender também a renovação deste", num parecer ao Livro Branco das Relações Laborais, a que a Lusa teve acesso.
Igualmente a CCP aponta o despedimento quando "se pretenda a reestruturação da empresa e a renovação do perfil do trabalhador afecto ao posto de trabalho".
A CIP sustenta que, por vezes, "as empresas estão apenas carecidas de trabalhadores diferentes e não de menos trabalhadores". "Daí que a renovação do quadro deva ser integrado como fundamento legitimador", refere a confederação presidida por Francisco Van Zeller, no parecer já entregue ao Governo.

Comentários dos leitores
04.02.2008 - 18h08 - Afonso Silva,
Deste modo até se podia por isso despedir tudo e todos. Mas a CIP com este raciocínio reaccionário e caceteiro não é capaz de deduzir que é na formação contínua, que pode ter pessoal qualificado e estimulado para rentabilizar e acompanhar a inovação. Mas como as empresas portuguesas não conhecem esta ultima palavra e preferem o seguidismo ultra liberal, também aplicam a taxa máxima do desprezo a quem produz, preferindo o lucro rápido sem pensar no futuro e atirando os desesperados sem perspectivas para a habitual emigração e já somos 5 milhões de expatriados. E o governo deixa andar e fazer de conta ignorando o que de melhor se faz em legislação de trabalho, que são os países nórdicos. Estes não abriram mão da regulamentação e continuam de pedra e cal como modelo de sociedade e não menos competitivos que na Europa do Sul. O problema são os nossos gestores e patrões que são incapazes de organizar a produção e distribuir tarefas, tanto públicos como privados - todos tem falta de formação, o nível é baixo, mas estes senhores pensam que sabem tudo, pois são os senhores doutores ou engenheiros, no pais mais pobre da UE dos 15 e brevemente dos 27. Continuem meus senhores sabichões do 3° mundo.

04.02.2008 - 17h57 - Algarvio,
Mais uma vez temos uma prova do dinamismo das empresas portuguesas. é muito raro ouvir nos nossos empresários as palavras formação dos trabalhadores, melhoria das condições de trabalho, reestruturação de processos administrativos ou de produção, formação dos empresários, novas técnicas de gestão, controlo de gestão, isto é a modernização da empresa e dos seus membros, políticas de crescimento de longo prazo. Ao contrário pensa-se em despedir mais facilmente trabalhadores para depois contratar outros para o mesmo lugar mais baratos, chorar junto aos fornecedores a pedir descontos, pagar depois dos prazos estabelecidos e assim aumentamos a produtividade financiamos a empresa á custa dos outros ( de uma forma desonesta). Meus senhores será que ainda não se deram conta do que é necessário é de uma mudança de mentalidades, tanto de empresários como dos trabalhadores. As empresas obrigam os trabalhadores a serem mercenários, por isso sou a favor da alta rotatividade no trabalho, pois mudas para onde te pagam mais e te dão melhores condições. As empresas com o comportamento que têm não vão poder pedir fidelidade aos trabalhadores e portanto também não vão poder ser produtivos.